domingo, 1 de fevereiro de 2009

Tendências pedagógicas

Existem várias teorias que tentam explicar os fenômenos complexos envolvidos na educação. O primeiro grupo da teoria não-crítica busca respostas na própria educação.
Este grupo considera a sociedade harmoniosa, na qual cada membro está interagindo e funcionando, e a educação imerge como instrumento de correção.

O segundo grupo é composto por críticas, uma vez que se empenham em compreender a educação remetendo-se as condicionantes, isto é, aos determinantes sociais como estrutura econômica. Concebe a sociedade como sendo marcada pela divisão de grupos antagônicos que se relacionam a base da força, a qual se manifesta fundamentada nas condições de produção de vida material. Neste contexto a educação é entendida como inteiramente dependente da estrutura geradora da marginalidade.

Pedagogia Tradicional:

Os sistemas nacionais de ensino datam do século passado, originados do princípio de que a educação era um direito de todos e dever do estado.

Este princípio de corria do tipo de sociedade correspondente aos novos interesses da nova classe que se consolidara no poder da burguesia. Para superar o antigo regime e esconder um tipo de sociedade democrática, que pregava o contrato social livre entre os indivíduos, era preciso vencer a barreira da ignorância. Para tornar os indivíduos livres. Assim as escolas são erguidas como instrumento de conversão dos súditos em cidadão.

A escola surge como antídoto ã ignorância, seu papel é de difundir a instrução, transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados logicamente.

• A organização escolar ocorre como uma agência centrada no professor, o qual transmite segundo uma gradação lógica, o acervo cultural dos alunos. Aos alunos cabe assimilar os conhecimentos que são transmitidos.

• A teoria pedagógica então está baseada neste tipo de organização como as iniciativas cabiam ao professor, o essencial era contar com um professor razoavelmente bem preparado.

• Assim, as escolas eram organizadas na forma de classes, cada qual contando com um professor que expunha a lição, que os alunos seguiam atentamente e explicava os exercícios que os alunos deviam realizar disciplinarmente.

Pedagogia Nova:

• Diante as críticas à Pedagogia Tradicional devido à decepção, pois a escola não conseguiu realizar nem a universalização do ensino, pois nem todos nela ingressam e mesmo que ingressem não eram bem sucedidos, e mesmo os “bem sucedidos” se ajustam ao tipo de sociedade.

• A Pedagogia Nova surge no final do século, como teoria no poder da escola e em função da equalização social. Toma corpo um amplo movimento de reforma cuja a expressão mais típica ficou conhecida como escolanovismo.

• Nesta época surge a biopsicologização da sociedade, da educação e da escola e surgem os testes de Q.I. e de personalidade. O Conceito de anormalidade biológica une-se ao conceito de anormalidade psíquica.

• Tendo em vista a concepção do ajuste dos indivíduos que são diferentes e únicos, a organização escolar teria de se reorganizar, a escola deveria agrupar os alunos segundo áreas de interesses decorrentes de sua atividade livre.

• O professor era um estimulador e orientador de aprendizagem cuja iniciativa principal caberia ao aluno.

• A aprendizagem seria decorrência espontânea do ambiente estimulante e da relação interpessoal, essência da atividade educativa. Com um ambiente dotado de materiais didáticos ricos e biblioteca de classe.

• Esse tipo de escola não deu certo, pois não conseguiu alterar o significativamente o panorama organizacional dos sistemas escolares, pois dependia de um custo muito elevado.

• Assim se organizou apenas como escola experimental ou com núcleos raros, disponibilizados a pequenos grupos.

Pedagogia Tecnicista:

• Surge na primeira metade do século atual, se baseia nos pressupostos da neutralidade científica e racionalidade, eficiência e produtividade. Veio para reordenar o processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional. Pretendendo a objetivação do trabalho pedagógico, com organização racional capaz de minimizar as interferências subjetivas que pudessem pôr em rico sua eficiência, mecanizando o processo.

• Na pedagogia tecnicista o elemento principal é a organização racional dos meios, ocupando o professor e o aluno posição secundária, pois são executores.

• Nesta concepção o marginalizado é o incompetente, isto é, o incompetente é o ineficiente e improdutivo. Assim a escola está fazendo sua parte formando indivíduos que aumentarão a produtividade da sociedade; cumprindo sua função social, equilibrando o sistema.

• A educação é concebida como subsistema, sua base de sustentação teórica desloca-se para teoria behaviorista- aprender a fazer.

• Esta teoria corresponde a uma reorganização das escolas que passam por uma crescente burocratização em seu processo. O controle era feito basicamente através de formulários.

Comparação:

• Como pudemos verificar, o primeiro grupo acredita que a educação está capacitada a intervir eficazmente na sociedade, transformando-a, corrigindo as injustiças e promovendo a equalização social. Consideram apenas a ação da educação sobre a sociedade, porque desconhecem as determinações sociais do fenômeno educativo logo são teorias não crítica.

As teorias crítico- reprodutivas:

• Este grupo é denominado crítico, pois postulam não ser possível conceber a educação senão a partir dos seus condicionantes sociais.

• Logo a educação é dependente da sociedade e sua conclusão é que a função própria da educação consiste na reprodução da sociedade em que se insere.

Teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica:

• É uma teoria que se desdobra dedutivamente nos princípios universais para enunciados analíticos.

• A violência simbólica é ponto de partida; pois a sociedade se estrutura como um sistema de relações de força material entre grupos ou classes. Sobre a base da força material e sob sua determinação ergue-se um sistema de relações de força simbólica, cujo papel é reforçar, por dissimulação as relações de forca material; o reforçamento da violência material se dá pela conversão ao plano simbólico, onde se produz e reproduz o reconhecimento da dominação.

Teoria da escola enquanto aparelho ideológico de Estado (AIE):

• A ação pedagógica se auto- realiza através do trabalho pedagógico entendido como trabalho de “encucação” que deve durar o bastante para produzir uma formação durável, isto é, um “habitus”.

• Funciona massivamente pela violência e secundariamente pela ideologia e repressão.

• O conceito aparelho ideológico de estado deriva da teoria de uma existência material, a ideologia existe sempre radicada em práticas materiais definidas por instituições materiais.

• Em suma a ideologia se materializa em aparelhos: os aparelhos ideológicos de Estado, este foi colocado em posição dominante nas formações capitalistas, após uma violenta luta de classes políticas e ideológicas contra o antigo aparelho ideológico de Estado dominante, é o aparelho Ideológico Escolar. A escola constituiu o aparelho ideológico mais acabado de reprodução das relações de reprodução capitalista.

Teoria da escola dualista:

• É retomado o conceito de aparelho escolar como unidade contraditória de duas redes de escolarização.

• Aparelho ideológico: contribui para a formação de força de trabalho e para a encucação da ideologia burguesa.

Nenhum comentário: